‘’A vida é uma contradição.’’

Henri Cartier Bresson na França, fotografado por: Martine Franck.

A fotografia que Henri Cartier-Bresson produzia, baseava-se em capturar algo além da imagem, buscava entendimento social sobre os fatos que ocorriam no mundo, um olhar humanista sobre os espetáculos guerrilheiros ocorridos no Séc. XX.
Considerado um mestre e amante usual da sua sempre companheira Leica 35mm, tornou-se famoso entre os famosos, esperava o momento certo, visualizando quadros em sua mente, através da lente de sua câmera e BUM!! Registrava o momento dos momentos!
Profissionalizando-se em foto-jornalismo Bresson apresentou ao mundo os horrores da guerra, os olhares tristes e agonizantes das crianças, jovens e idosos que sofreram com esta irracionalidade humana.
Tímido e sem jeito para ser à atração da foto, Bresson, dizia que: “...é ótimo ser famoso, com a condição de ser desconhecido...”
Com o final da Segunda Guerra, formou juntamente com Robert Capa, David Seymour-Chim e George Rodger a agência Magnum e passou duas décadas seguintes em missão, assistindo e revelando as revoluções que arrasaram a China e a Índia. Suas fotos explanam os eventos e personagens mais singulares deste século. Em 1954 tornou-se o primeiro fotógrafo ocidental a entrar na União Soviética após a distensão causada por Nikita Kruschev.
Em 1966 saiu da agência Magnum e passou a dedicar-se exclusivamente ao desenho e à pintura, suas paixões iniciais.
O desenho é a expressão do sentimento quase um coquetel de meditação, paixão, arte, fantasia e tempo, a fotografia, é um lance rápido, é a captura de um momento único, da vida de pessoas únicas, que nunca mais se repetirão. A arte de fotografar é através das imagens transmitir um sentimento que vai além da beleza, é deixar transparecer a dor, a alegria, a beleza e a feiúra, é sentir, é tocar, é esclarecer, é elucidar.
As fotografias de Bresson marcaram época, expressões, vidas perdidas e principalmente marcaram vidas encontradas!!
E a pergunta, existirá outro Bresson perdido pelo mundo???
Henri Cartier-Bresson.Espanha.1933.


Henri Cartier-Bresson.Londres.1937.

Por Silvana Gotardi